Paulo Filho começou a trabalhar no restaurante do pai aos 16 anos. O  Laçador, fundado em 1977 por Paulo Brol, marcou época e foi frequentado  pela elite pernambucana. Com os passar dos anos, a casa sucumbiu à  concorrência e mudou de perfil, tornando-se gradativamente uma  churrascaria popular até cerrar suas portas, em 2011.
O filho acompanhou o pai na administração da casa. Fez de tudo.  Aprendeu na prática a tratar uma carne, prepará-la e servi-la. Com  enorme facilidade de relacionamento, tendo estudado no Colégio Santa  Maria e se graduado em Comércio Exterior na Aeso, o jovem entendeu desde  o início que desejava usar sua capacidade de agregação social para os  negócios e decidiu montar um empreendimento voltado para a elite  estadual.
Foi buscar sua inspiração em São Paulo, no Uruguai e na Argentina. Em suas andanças descobriu e se aprimorou
 nos mistérios da parrilla, um sistema de grelhas móveis criadas e usadas pelos uruguaios e argentinos para preparar carnes.
 
Enquanto pesquisava a paixão herdada do pai, Paulo Brol Filho  administrou junto com a esposa, Isadora, franquias da marca de calçados  Santa Lolla, nos shoppings da cidade.
Em 2010, um cliente do Laçador, o francês Jean Marie Gradels convidou o  velho amigo Paulo Brol para montar um negócio. O pai não topou e Jean  Marie começou a se corresponder com o filho, que lhe apresentou o  projeto Tapa de Cuadril. A sociedade foi acordada em abril e as obras  começaram em novembro de 2011, consumindo R$ 1,8 milhão. O restaurante  foi aberto em fevereiro do ano seguinte com a sociedade dividida meio a  meio.
Com o negócio funcionando, vieram os desafios. O primeiro deles, uma  sociedade com um choque de culturas e gerações, já que Paulo estava com  29 anos e Jean Marie com 64. Os sócios descobriram também que o nível de  exigência do público classe A era muito superior ao que imaginavam e  que esse perfil de público não é fiel. Passaram meses para compreender  que o pernambucano prefere carnes mal passadas, ao contrário do que  preconiza a cultura da parrilla. Por fim, encontraram uma mão de obra  sem capacidade para atender ao cliente idealizado pela casa, o que levou  o restaurante a um turnover (taxa de rotatividade de mão de obra) de  120% em 1 ano e lhe custou um significativo número de clientes.
Paulo Brol Filho deu a volta por cima, anotou as lições que recebeu e  as incorporou em sua proposta de valor. Ficou sozinho à frente da  sociedade, montou um time de maitres com velhos conhecidos dos  frequentadores da tradicional cena gastronômica do Recife, Joab Carlos e  Severino Ribeiro (que foram do Bargaço) e Evaldo Moraes (que foi do  Marruá e do Grupo Konrad). Tornou seu almoço competitivo, lançando o  menu do parrilleiro, com ticket médio de R$ 50, o que atraiu o público  empresarial. Usou seu ambiente para entrar no mercado de eventos  corporativos, potencializou as noites de quinta-feira, com o evento The  Grant Blues, e o sábado, ocupando o espaço que já foi do Famiglia  Giulianno, ao oferecer uma feijoada acompanhada de um grupo de choro.
Vivendo um novo momento, o empreendedor Paulo Brol Filho trabalha para  consolidar seu aprendizado na casa, que é recomendada por este  jornalista.